terça-feira, 6 de maio de 2008
Calvície, calvice ou calvíce - Como surge (aparece)
A calvície (alopecia) tira o sono de muitos homens: cada cabelo encontrado no travesseiro significa o avanço de um problema para o qual parecia não haver solução. Não é assim. Hoje em dia a batalha contra a queda de cabelo pode ser ganha.
Calvus, em latim, era uma palavra que, lá pelo ano 1000 da era cristã, começou a ser utilizada para designar aquela parte da cabeça onde o cabelo havia caído e, por extensão, as pessoas portadoras dessa deficiência.
Porém, a queda de cabelo não se restringe à cabeça; embora somente quando ocorre no couro cabeludo é que recebe o nome de calvície ou alopecia. Esta última palavra deriva do grego "alopex" (raposa), devido à queda de pêlo que este animal sofre durante a primavera e o outono.
Não obstante, na raposa como em outros animais, a queda do pêlo não constitui uma doença, como ocorre com o ser humano, quando a queda alcança 25% do volume piloso.
Porém, não é a origem patológica da queda do cabelo o que mais preocupa as pessoas que sofrem do problema, mas a questão estética.
Ninguém melhor do que uma pessoa que sofre de perda de cabelo para valorizar o que cada pequeno fio significa.
Dentro de cada um desses diminutos filamentos, que na cabeça do ser humano somam entre 100.000 e 150.000, há aproximadamente 28% de proteínas, 2% de lipídios e 70% de água. Entre os principais elementos que o constituem há carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e enxofre, e, em menor quantidade, cálcio, cobre, cádmio, mercúrio, zinco, chumbo, ferro, arsênico, silício, magnésio, urânio, vanádio, sódio e potássio.
Uma verdadeira reserva de elementos químicos cuja riqueza está muito relacionada com a alimentação. É por isso que quando há distúrbios alimentares graves ocorre uma miniaturização dos folículos pilosos: o cabelo fica fino, ralo e quebradiço.
Examinemos um pouco em que consiste, concretamente, a calvície. O cabelo é produzido num órgão chamado folículo pilossebáceo, ou folículo piloso, que, em estado de normalidade, passa 85% do tempo produzindo cabelo e o tempo restante em estado de repouso ou mudança.
A doença do folículo pode obedecer a fatores genéticos, ao envelhecimento ou a doenças sistêmicas ou locais (como a dermatite seborréica ou a psoríase). Tem uma relação com o funcionamento hormonal (presença de androgênios, que é o hormônio masculino), mas até o momento sabe-se muito pouco sobre suas causas. Recentemente, uma equipe de cientistas da Universidade de Columbia, Nova York, conseguiu identificar pela primeira vez o que parece ser o gene responsável pela queda do cabelo, mas ainda é preciso realizar muitos estudos para poder afirmá-lo com certeza.
A doença se apresenta em dois momentos: o inicial, em que ocorre a queda do cabelo e o adelgaçamento do couro cabeludo; e o final, que leva ao desaparecimento do conduto piloso. Atualmente, a doença preocupa quase que exclusivamente por razões estéticas, sobretudo para os homens, afetados pela alopecia em maior grau e número.
Há tratamentos de vários tipos. A administração local da droga denominada minoxidil, acompanhada de massagens no couro cabeludo, constitui talvez o mais conhecido e tradicional dos métodos. Sua eficácia depende em grande medida da freqüência da aplicação e da autodisciplina para a realização de massagens.
O implante é uma alternativa que vem sendo praticada há várias décadas. Há os tradicionais, que consistem em implantar cabelo nos lugares onde ele não existe, e novas técnicas de implante que consistem em distribuir o cabelo forte que ainda existe. Com estas últimas consegue-se um melhor aspecto estético do que com as anteriores, mas só podem ser aplicadas no cocuruto, não nas entradas.
Atualmente, porém, toda a atenção está voltada para uma nova substância que parece superar todos os recordes de eficácia em tratamentos de calvície. Trata-se da finasterida, uma droga de consumo oral que atua sobre a produção hormonal e que já mostrou efeitos excelentes. Segundo informes científicos, a substância parece ser eficaz em 85% dos casos - o maior índice de eficácia alcançado até o momento - pois detém a queda do cabelo e até melhora o crescimento e vigor do folículo piloso. Num estudo desenvolvido em 16 centros internacionais, no qual participaram quase 2 mil homens com idades entre 18 e 40 anos, foi comprovado também que esse fármaco pode ser utilizado desde a puberdade até além dos 40 anos de idade.
Segundo a visão do ser humano como uma integridade física, psíquica e social, a alopecia, como todas as demais alterações da saúde, deve ser considerada como uma resposta dessa integridade a uma situação não desejada. Segundo a terapeuta norte-americana Louise Hay, para quem todos os transtornos fisiológicos estão ligados diretamente a um tipo de atitude pessoal para com a própria vida, os problemas da calvície têm a ver com sentimentos de medo, tensão, a tentativa de controlar tudo isso, e falta de confiança na vida.
Por isso, ela aconselha às pessoas que sofrem deste problema, que digam a si mesmas: "Estou seguro. Me amo e me aprovo, e confio na vida."
Na opinião dos especialistas, o maior problema atualmente é que os homens - os principais afetados por este problema - não procuram tratamento adequado.
Geralmente usam remédios caseiros ou, na melhor das hipóteses, vão para um centro de estética capilar, em vez de procurar um médico.
O dermatologista é a única pessoa indicada para tratar cientificamente o problema da queda de cabelo, e o que oferece as maiores garantias de êxito no tratamento.